O ano de 2020 foi marcado pela ascensão de uma ameaça invisível, capaz de atravessar fronteiras e se multiplicar em velocidade assustadora, deixando um rastro de medo e incerteza. À primeira vista, parece a história do coronavírus, certo? Na verdade, essa é a história da infodemia, a pandemia de desinformação que se espalhou pelo mundo junto da covid-19.
Não é à toa que a epidemia de informações, ou desinformações, se confunde com a pandemia. A infodemia surgiu na esteira do evento global, mas, ao contrário do coronavírus, que teve altos e baixos e eventualmente reduziu seus casos, ela se tornou uma realidade permanente. Chegou rápido, mas não há previsão de que vá embora. Médicos preparados para falar com a mídia podem fazer parte da solução.
Desinformação e ciência: ritmos diferentes
Nas redes sociais, a desinformação encontra terreno fértil porque fake news e ciência seguem velocidades opostas.
Podemos comparar a desinformação ao fast-food: feita com elementos simples, projetados para gerar prazer imediato e viciante, como medo, raiva ou esperança.
A ciência, por outro lado, é como a alta gastronomia: seus ingredientes — pesquisa, dados, evidências, revisão por pares — são complexos, cuidadosamente selecionados e exigem paciência. Quando a ciência finalmente pode ser comunicada, a desinformação já circulou e se espalhou, sendo consumida por muitas pessoas.
Mais da metade dos brasileiros (53%) usa redes sociais para se informar sobre doenças e temas de saúde; entre os jovens, esse número chega a 66%. Isso torna o alcance da informação rápido, mas também altamente vulnerável a mitos e notícias falsas.
É exatamente nesse ponto que a comunicação médica se torna essencial. Médicos e profissionais de saúde são altamente preparados no ambiente técnico e acadêmico, mas raramente recebem treinamento para se comunicar de forma clara e acessível com o público e a imprensa. Essa lacuna permite que informações falsas e charlatões ocupem o espaço que deveria ser da ciência.
As consequências das fake news na saúde
As táticas que espalharam fake news sobre a covid-19 agora se aplicam a outros temas, como vacinação infantil, tratamentos oncológicos e mudanças climáticas.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973, é referência internacional, permitindo ao Brasil eliminar doenças como sarampo e poliomielite. No entanto, nos últimos anos, a cobertura vacinal vem caindo.
Pequenos surtos de sarampo reaparecem, e a poliomielite, eliminada do Brasil em 1989, apresenta cobertura abaixo da meta de 95% desde 2016, aumentando o risco de retorno da doença.
Além disso, o compartilhamento online de informações falsas sobre curas milagrosas, dietas “mágicas” e remédios caseiros pode levar pacientes a abandonar ou substituir tratamentos eficazes, com consequências graves para a saúde.
Se médicos e profissionais de saúde não estiverem preparados para se comunicar de forma clara e confiável, esse espaço continuará sendo ocupado por informações falsas, ampliando riscos para pacientes e para a saúde pública. É aqui que a preparação para falar com a mídia faz toda a diferença.
Como os médicos preparados podem mudar esse cenário
O papel do médico moderno se expandiu. Além de ser um especialista técnico, o profissional de saúde precisa se tornar um tradutor da ciência para a sociedade. Isso significa transformar informações complexas em conteúdos que o público consiga compreender sem perder a precisão científica.
Ao se posicionar de forma proativa na mídia, o médico preenche o vácuo de autoridade, mostrando que a ciência tem uma voz confiável e acessível. Esse posicionamento é essencial para reconquistar a confiança do público em fontes seguras.
Mais do que reagir a notícias falsas, o médico preparado toma a dianteira. Ele não espera que um mito surja para desmenti-lo; se antecipa, educa e orienta, transformando a comunicação científica em uma ferramenta de prevenção e conscientização.
As habilidades de um comunicador estratégico
Para cumprir essa nova missão, o médico precisa desenvolver habilidades que vão além do consultório:
Clareza
Explicar conceitos complexos de forma simples, com exemplos e analogias que ajudem o público a entender e valorizar a ciência. Assim como a comparação entre fast-food e alta gastronomia ajuda a traduzir a diferença entre desinformação e pesquisa científica, cada mensagem precisa ser facilmente “digerida” pelo público.
Gerenciamento da mensagem
Preparar-se antes de uma entrevista, dominar o tempo de fala e conduzir a conversa para os pontos mais importantes evita equívocos e interpretações erradas. Trata-se de guiar a narrativa, garantindo que a informação correta chegue com precisão e confiança.
Comunicação de impacto
Diferentemente do atendimento individual, quando o médico fala pela mídia, sua voz ganha um megafone. Cada mensagem pode alcançar milhares de pessoas, multiplicando o efeito e contribuindo para a conscientização e prevenção.
Smart Academy como parte da solução para médicos
Dominar a especialidade médica já não é suficiente. Para que o conhecimento científico alcance o público, combata mitos e transforme vidas, o médico precisa dominar sua comunicação.
O Media Training para Médicos da Smart Academy foi criado exatamente para isso. Em um treinamento prático e estratégico, os participantes aprendem a:
- Dar entrevistas com segurança e transmitir autoridade
- Transformar experiência médica em valor para a sociedade
- Usar redes sociais de forma consciente no combate à desinformação
Ao final do curso, os médicos entram para a Smart List de Saúde, um grupo seleto de profissionais preparados para atuar como fontes confiáveis da imprensa de saúde.
Com orientação de especialistas em comunicação estratégica e utilizando a metodologia PACED®, os médicos saem capacitados para conduzir entrevistas, engajar o público e ampliar seu impacto, reconquistando a confiança da sociedade e se tornando referência na comunicação científica.
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